segunda-feira, 10 de setembro de 2012

FALTA AOS INTELECTUAIS O BOM SENSO DE DANUZA LEÃO


Estou sempre alguns dias em atraso com as novidades comentadas, talvez seja porque prefiro pensar um pouco mais para depois expor opiniões. E aqui vai a minha. Concordo, e muito, com o que 
Danuza Leão disse em sua coluna  " Certa pobreza" . Principalmente quando ela se refere a algo chamado dignidade, entendido aqui como auto-percepção, respeito a própria existência, atribuição de valor a si mesmo, características, realmente, distantes dessas pessoas a quem a colunista se refere no texto. "A pobreza urbana é agressiva". Sim , e digo mais, é feia. 



Acreditar e aceitar que isto é a demostração cultural, dos até então oprimidos, é bater palmas ao fracasso educacional e social do país. Ler essas "mulheres com uma criança no colo, duas pela mão, levadas pelas mães porque não têm com quem ficar" e "adolescentes de short e camiseta", como algo fascinante da capacidade do pobre em vencer dificuldades, é o mesmo que legitimar o "nós vai". Se assustar com o texto da Danuza é, por consequência, achar que, com a licença de Caetano, "tudo é chique demais, tudo é muito elegante". Aliás, é exatamente isso que este governo quer nos empurrar goela a baixo: o milagre econômico da classe C, inadimplente e sorridente. 



Danuza simplesmente tocou em um assunto tabu: a indiferença. Enquanto nós estamos acostumados a frequentar o Centro da cidade, e pouco nos importamos com tais figuras da miserabilidade, ela, acostumada com etiquetas Saint laurent e com os bailes do Copa, chocou-se ao ver que a fantasia e o ideal de muitos ali, de muitos JOVENS ali, não passavam de mero esmalte colorido nas unhas dos pés. Enquanto os intelectualóides insistem em achar teorias mirabolantes que institucionalizem a pobreza como algo belo, a socialite deu um show de bom senso, revelando, ainda que com argumentos superficiais, de quem conhece pouco a realidade que a cerca, a precariedade cultural e comportamental da classe pobre.


E O SOCIALISTA FRANCÊS CAI NA REAL? 

François Hollande, durante a campanha presidencial, prometeu contratar professores, aumentar impostos aos mais ricos e colocou-se totalmente contra às medidas de austeridade propostas pela Merkel. É assim que eles (os do "povo") gostam de fazer. Jogar dinheiro pelo ralo, como se das profundezas do esgoto surgisse a salvação econômica. Taxar os mais ricos, que por coincidência, ou não , são os que mais produzem, e mais geram emprego, isto é, taxa-se exatamente os únicos capazes de aquecer a economia. Resultado final: Bernard Arnault, o homem ais rico da França, da Louis Vuitton, já pediu a cidadania belga - como bem lembrou Miriam Leitão, e agora, Hollande prevê corte de gastos, algo em torno de 30 bilhões de euros. 

   Espera-se por lá que outros bilionários e milionários façam o mesmo. Dessa forma, a França será um lugar de futuros professores desempregados e de industriais e empresários exilados. Será que Paris vai ficar mais baratinha? Assim já vou programando minha viagem. Merci ,Hollande, merci!