E NO JOGO DO BICHO... DEU BODE!
Com 56 votos, Demóstenes Torres, o bastião da ética, foi cassado e ficará inelegível até 2027. Acusado de utilizar seu cargo em favorecimento do bicheiro e empresário, Carlos Cachoeira, o Senador, em sua última defesa, se disse ”perseguido como um cão sarnento” e que não passava de um “bode expiatório”.
Desde a tradição judaica, o bode expiatório é aquele que carrega a culpa dos pecados cometidos por todos, e posteriormente é abandonado ao relento. Nesse caso, o bode voltou a ocupar seu cargo como procurador da Justiça do Ministério público de Goiás, com salário de R$ 24.117,62. Sua cadeira no senado será ocupada por Wilder Morais, seu suplente, que “por acaso” é ex-marido da atual mulher de Cachoeira. Tudo em família. Mas voltando ao bode, Demóstenes não está de todo errado ao afirmar que o fizeram de pobre alimária.
De muitos envolvidos na operação Monte Carlo, a maioria é composta por antigos conhecidos da Polícia Federal, que já respondiam por uma série de crimes. Mas com uma legislação que privilegia a ampla defesa, é natural que casos investigados pela polícia não cheguem a lugar algum, pois o judiciário não faz o seu papel. “É enxugar gelo”, como bem disse o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Jorge Luiz Xavier.
E entre acusados e investigados que continuam exercendo seu direito e de ir e vir, a cabeça de Demóstenes foi posta a prêmio, muito mais como uma tentativa de lustrar o brasão de credibilidade do Senado, do que como real intenção de se fazer justiça. Deu zebra, ou melhor, deu bode.
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