terça-feira, 17 de julho de 2012


E NO JOGO DO BICHO... DEU BODE!


Com 56 votos, Demóstenes Torres, o bastião da ética, foi cassado e ficará inelegível até 2027. Acusado de utilizar seu cargo em favorecimento do bicheiro e empresário, Carlos Cachoeira, o Senador, em sua última defesa, se disse ”perseguido como um cão sarnento” e que não passava de um “bode expiatório”.

Desde a tradição judaica, o bode expiatório é aquele que carrega a culpa dos pecados cometidos por todos, e posteriormente é abandonado ao relento. Nesse caso, o bode voltou a ocupar seu cargo como procurador da Justiça do Ministério público de Goiás, com salário de R$ 24.117,62. Sua cadeira no senado será ocupada por Wilder Morais, seu suplente, que “por acaso” é ex-marido da atual mulher de Cachoeira.  Tudo em família. Mas voltando ao bode, Demóstenes não está de todo errado ao afirmar que o fizeram de pobre alimária. 


De muitos envolvidos na operação Monte Carlo, a maioria é composta por antigos conhecidos da Polícia Federal, que já respondiam por uma série de crimes. Mas com uma legislação que privilegia a ampla defesa, é natural que casos investigados pela polícia não cheguem a lugar algum, pois o judiciário não faz o seu papel.  “É enxugar gelo”, como bem disse o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Jorge Luiz Xavier. 

E entre acusados e investigados que continuam exercendo seu direito e de ir e vir, a cabeça de Demóstenes foi posta a prêmio, muito mais como uma tentativa de lustrar o brasão de credibilidade do Senado, do que como real intenção de se fazer justiça. Deu zebra, ou melhor, deu bode. 

terça-feira, 3 de julho de 2012


MÃO AMIGA


O intervencionismo exagerado do governo brasileiro na economia tem, quase sempre, como efeito a ineficiência das empresas privadas. Bancos, por exemplo, só oferecem um péssimo serviço à população, pois sabem que estão amparados pelo governo. Quem se lembra do caso Panamericano? Lá, o Banco Central sabia das irregularidades da instituição, mas, mesmo assim, aprovou a venda do Panamericano para Caixa Econômica Federal, logo após uma reunião, mais que suspeita, do então presidente, Lula, com o dono do Baú, Silvio Santos. E nem adianta falar da recente tentativa do governo em diminuir os spreads bancários, que isso não deu em nada: as taxas continuam as mesmas, está lá no meu extrato. 


Agora é a vez da Indústria, que assistindo a desaceleração do setor, que já estava em marcha lenta, teme um colapso total. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq) se mobilizou, há alguns meses, para pedir ajuda ao governo contra o avanço de equipamentos “made in China”. No primeiro trimestre de 2011 o Brasil importou 53,31% mais máquinas chinesas do que em relação ao mesmo período de 2010, o equivalente a US$ 965,92 milhões sobre US$ 629,23 milhões. O governo cedeu à pressão e anunciou, esta semana, a criação do PAC Equipamentos para aquisição de veículos e equipamentos no valor de 8,4 bilhões de reais, mesmo que o preço dos produtos nacionais seja até 25% mais caro que o estrangeiro. Os pacotes lançados pelo governo prevêem resgatar as empresas do sufoco, porém não exigem nada em troca, como: maior produtividade, inovação tecnológica, investimento social e/ou ambiental. 


De novo, vemos aquela política assistencialista e "abnegada", para não dizer irresponsável, tão característica desse governo. É o toma lá e... E nada.


EM BERÇO ESPLÊNDIDO?


Em tempos de mais escândalos de corrupção, vemos uma representação inconteste e cada vez mais preponderante do STF na resolução de situações em que o legislativo (representante da maioria) e o Executivo (escolhido também pela maioria) se abstêm. Assistimos à total ausência de boa política. Uma sucessão histórica de oportunistas. A República, de fato, representou a morte de uma NAÇÃO. 


Uma identidade brasileira que vinha sendo construída pela monarquia, desde a Independência, foi destruída por interesses dos que queriam a volta do regime escravocrata, com rarar exceções. Uma família real brasileira, cujo maior expoente foi D. Pedro II, um homem em consonância com seu tempo, conhecedor do Brasil, possuidor de ideias libertárias, entusiasta de novas teorias, incentivador das artes e das ciências, provavelmente, o maior empreendedor deste país, foi expulsa em favor de uma suposta democracia. 


Em 123 anos de Republica, quais foram os ganhos? Golpes de estado, fechamentos do congresso, corrupções mais corrupções? República não é, e nunca foi sinônimo de democracia, afinal, todas as ditaduras ocorreram em períodos republicanos. Segundo pesquisa da Revista The Economist, de 2011, sobre o índice de democracia de 167 países, apontou-se que, entre os 10 países mais democráticos, 7 são monarquias: Noruega, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia, Austrália , Canadá e Países Baixos . Os outros 3, repúblicas parlamentaristas. A primeira república presidencialista aparece só em 19º lugar, os Estados Unidos. 


Não sei se a volta da Monarquia em tempos atuais resultará em grande mudança de cenário, porém, tenho a plena certeza de que o atual sistema político baseado na vontade da maioria só colabora para entramos em um abismo cada vez mais escuro e sem volta. Um vácuo ético preenchido por um povo flagelado, porém em berço esplêndido de ilusões.